terça-feira, 5 de agosto de 2008

Certas Mãos.

Certas mãos que te tocam deixam sensações eternas em você. Pode ser o calor, a pressão, o carinho ou um simples choque que machuca de tanta euforia. Aquele momento intenso que te faz criar memórias que sempre voltam e insistem em te lembrar que você já o valorizou. Faz você olhar para o nada, ouvir uma música calma e reviver as mãos, a delicadeza dos movimentos com a suavidade que é tocar.

É lembrar que foi mais de uma mão que te marcou e algumas nem te tocaram, mas tocaram. Algumas só existiram ao seu lado, resistentes insistindo como um punho fechado que não quer mostrar a palma, mas no fundo anseia que alguém descubra o quão sensível é a pele da palma.

Foram linhas e melodias, todas em um momento presas na mão e no outro flutuando como uma pluma. Você agüenta, tenta não estagnar e lembra, depois, como um sopro e voa para uma época que não volta e só restam sensações.

Algumas mãos foram finas e traziam a tona o que há de mais feminino no homem, a sua sensibilidade e denuncia de entrega. A doação do ser que anseia ter o outro e que acredita que completar-se com alguém pode ser felicidade.

Outras foram ásperas o suficiente para deixar cicatrizes depois de somente um toque ou então mais de um. Capazes de te fazer olhar para trás e retomar o que já não mais existe e observar de perto tudo o que ficou em você depois disto.

Aquilo que te mais machucou, mais te ensinou. A repetição é desnecessária agora que o olhar tornou-se apurado para entender. Certas mãos não te assustam mais, nem te deixam sem jeito, por mais ásperas que sejam o que todas desejam, no fundo, é uma outra que as toque.

2 comentários:

Sunahara disse...

Em uma palavra: sinestésico!

=)

beijos

Anônimo disse...

MUITO PROFUNDO! MUITO ZELOSO!
O TÍTULO ESTÁ BEM ORIGINAL, PARABÉNS A(O) AUTOR(A)