segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Fiquei dias ruminando um sentimento. Os momentos passavam em replay na minha cabeça regurgitando todas as sensações, salivando os desejos da língua até o céu da boca ficar assado. Havia uma sombra em mim. O passado havia retornado, reativando o que estava adormecido.

Como uma flor que abre em plena primavera, pude observar aquilo florescer aqui dentro. Tinha raiz, caule e as pétalas. Eu podia soprar o pólen para todos os lados espalhando a sensação de pura felicidade. Era tão prazeroso caminhar nas nuvens. O jeito moleque de bem com vida me deixava encantada, lembrava-me de sonhar sem colocar os pés no chão. Assim, como a melodia que chega de repente e te abala profundamente, percebi-me invadida por aquele sorriso.

Havia algo ali impossível de controlar. O bem-estar era tão gratificante que eu não me importava mais em carregá-lo junto comigo para onde quer que fosse. Tornara-se parte de mim. Era uma sementinha muito bem plantada que a qualquer momento poderia voltar a ser uma flor e soprar encantamento para todos os lados.

Carregar o sentimento não tinha mais peso. Era tudo tão simples e romântico que a aceitação era inevitável para a continuidade do relacionamento. Cada um aceita os limites, mesmo quando os limites pedem a distância.