quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A dor do vazio.

Como se tivesse todo o tempo do mundo, ela se aproximou e vagarosamente depositou o seu corpo sobre o acolchoado da cadeira. Não estava leve como antes, sentia que tinha adquirido o dobro do peso após ouvir uma palavra. Olhou para baixo e começou a admirar o vazio que criava diante dos olhos, o invisível mundo que ela reproduzia na estampa do carpete avermelhado.

Cheio de instantes que marcaram suas sensações, os seus devaneios a perturbavam constantemente. Ficar acordada era reviver as dores que não iam embora e estavam nas memórias que ela sempre quis esquecer, mas nunca conseguiu. Admirar os pêlos e a sujeira do tapete no chão tinha virado rotina em sua vida mansa e monótona, assim como um sorriso sem emoção, agora, era parte do processo imediato de cumprimentar uma pessoa.

Haviam duas formiguinhas levando um pedacinho de pão entre os pêlos do carpete, e atravessaram despercebido pela garota da cadeira que sempre analisou tudo nos mínimos detalhes. Não havia mais motivos para admirar a sua volta, tudo estava confuso e nada esclarecia o que ela sentia. Aquela agonia não a abandonava e todos os passos pareciam ser falsos em direção ao futuro que se tornava cada vez mais embaçado.

Era igual a um banheiro que depois de uma ducha quente fica com o vidro todo embaçado e coloca a nossa disposição um quadro em branco para grafar o que quisermos, porém, no caso da solitária garota da cadeira, não havia a possibilidade de escrever o que quisesse, este encanto com a liberdade de escolha para desenhar o seu próprio caminho era parte das memórias que traziam sofrimento.

Não havia mais graça no presente, do passado vinham lembranças sentimentais intensas que a nocauteavam à solidão extrema, mas o que mais doía era a apatia constante em que vivia sem conseguir enxergar o que viria depois. Se é que existia depois...

Ela ajeitou-se melhor na cadeira de madeira, olhou para o teto e estava tudo branco, de rente. Não tinha nada ali que lhe dissesse alguma coisa, tudo sem nada , vazio, sem objetivo. O monocromático a invadira e a dominava por inteiro sem a deixar respirar, como a língua venenosa de uma serpente capaz de selar seus lábios subitamente para o amanhã.

Olhou para os lados e notou que não havia ninguém. Sozinha ela passou por tudo que viveu e passaria tudo o que viria da mesma maneira, sendo incompreendida e na agonia. As bochechas ficaram molhadas, ela nem tinha percebido que lágrimas haviam escorrido, tentando em vão limpar a angústia do seu ser.

5 comentários:

felipe disse...

Que agonia que dá ler...
Uma estranha sensação que quase senti o mesmo que você descreveu no texto.

mas mto bom!
Bjs

Kim disse...

Liebe Luv, mas que coisa triste!!
se tah triste?
como assim?? =O
OH LOOOOOOOOKO MEU!!
me fala logo que eu já providêncio doses de risos e alegria!!
é pra isso que serve o personal commenter made in paraguai aqui né =D
nd de ter uma vida embaçada, parecendo aquele efeito do photoshop, BLUR!! up up de alegria =D

mas agora o momento sério do comentário..................
formigas são bichos engraçados Ô_õ'
e eu gostei do textinho.

t+

Anônimo disse...

ahshahsahshahs eu odeio o kin! ahshahshahsa maldito eu aqui toda emocinada ele vem me falar de formigas! me diga... pq vc anda com essa gente?

texto lindo lieby.... sintpo em dizer que me tocou.... olhos párados e fixos em algo que não se sabe... éé muito bonito tudo isso....

terá que escrever mai em terceira pessoa... é uma pratica muito dificil que mudou seu texto por total...

adorei

mto bem ^^

bjus!

Kim disse...

os comentarios do kim são sempre escritos com muito amor, carinho, ternura e uma pitada de insanidade lilon =P
shaushuashuahSuAHShA
e lembre-se as formigas também emocionam
shausuaUH XD

Sunahara disse...

tão bom quanto o primeiro. tá, talvez melhor.

beijos