segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Cutucada por agulhas invisíveis.

Sai de perto. Me abraça. Me toca. Porque você quer me empurrar do sofá? Larga mão de ser ridículo! Ah, agora você vai ver. Se fodeu. Toma esta e esta e mais esta, satisfeito? Mas que moleque insaciável, mesmo todo arranhado ainda insiste. Qual é a tua meu? Pronto. Agora você vai ficar ai. Quietinho sem poder se mexer e nem ousar me empurrar do sofá. Feliz?

Ai que frio. Me abraça. No que você acredita? Você está tão quente, como consegue? Eu to tremendo de frio. Deixa eu me ajeitar melhor. Isto, assim está bem melhor. Ah é tão bom ficar assim. Eu também sinto isto, sabia? O que dói em você, dói em mim também. A gente está tão perto. “Sinto vontade de chorar, mas não vou”. Suspiros. Só quero ficar aqui do seu lado quietinha.

Em São Paulo eu não vejo as estrelas. O seu lamento é do coração. Você deixa a dor guiar suas canções. A turbulência que me assusta, me fascinou. Foi esta instabilidade que me fez querer te agarrar. Deixa eu te bater? Porque me sinto completamente sem armas ao seu lado? Seu filho da puta, porque fez isto comigo?

Adeus. Acho que a gente não vai mais se ver. Até uma próxima vez, quem sabe. Ninguém sabe o que nos aguarda. O que ficou foram as marcas nos braços e nas costas, a barriga beijada, o pescoço seduzido pela língua e o lamento dolorido na alma.

2 comentários:

Ramo de Ouro disse...

Caramba! quem vê pensahein! Tão delicadinha, tão emnininha e de repente, empurra, arranha e xinga!

Gostei do texto.
Vamos conversar?

Anônimo disse...

O problema das pessoas é lamentar o bom que já passou. O tempo é incontrolável e o adeus inevitavel. Porém, os momentos são escolhas. Feitas as escolhas, vale mais guarda-las como acertos, e ter certeza de que o melhor ainda está por vir.

tomate.