quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Os olhos refletem escuro,

o brilho inexpressivo da falta,

desviam sentidos em nada

cerram em medo.


Traduzidos em vazio

a linguagem se restringe,

basta.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Em um almoço como outro qualquer, um grupo peculiar se encontra sentado na mesa. Os sete integrantes conversam animadamente, cheio de piadinhas e graças. A sensação de leveza no ambiente é interrompida pelo inesperado, quando a papo toma um tom mais sério. Alguém levanta um questionamento mais filosófico e por instantes todos ficam introspectivos: “Só se conhece a si mesmo através dos outros.” A frase ecoa pelos pensamentos, que vão para longe da rotina e ganham uma nova figura. As idéias preenchem de um silencioso bem-estar o momento e paira uma sensação de esclarecimento ao esclarecer o inegável.

Eles começam a recordar as pessoas que realmente abalaram as estruturas emocionais e ajudaram a construir o que existe dentro de cada um. Um poeta, uma frase da mãe, a ex-namorada e as expectativas com a filha para nascer. Elas ficaram presas, enraizadas no mar de emoções que navega-se em si mesmo.

Uma das garotas entrou no barco, levantou a âncora e flutuou pelas portas dos relacionamentos passados. A cada maçaneta que girava se deparava com o rodapé da ilusão sustentando a presença daquele lugar. As figuras que vagavam ali dentro estavam perdidas na falta, buscando no ar o sentido de existir. Nada. Nunca houve nada ali dentro. A tranca que havia depositado em cada passo torto, impedia de vagar pelo profundo mundo das doces ilusões novamente.

Voltando para a mesa, riu da piada que o palhaço de plantão fez para descontrair o clima. É, amar de verdade não tinha nada a ver com aquilo. Achou melhor deixar as portas da ilusão fechadas e sentir o riso contagiar cada instante.